Vamos esperar que a tempestade nos passe ao largo
Com o mundo inteiro focado no coronavírus é difícil escrever sobre outra coisa, vou seguir a corrente, não sou muito disso mas hoje tem que ser. Ligamos a televisão e não dá para ouvir mais nada, andamos baralhados e à procura de norte, ouvimos falar de comportamentos sociais desfasados por conta do medo, que é tão legítimo como outra emoção qualquer, mas o medo é uma emoção desgraçada. Em poucos dias passarei a ter lá na clínica crianças em pânico, é preciso conter os seus receios, se nós os temos quanto mais as crianças que têm poucas ferramentas para lidar com tanta informação que assusta. Aqui ficam na praça conselhos para filhos em stresse com o coronavírus, que podem ficar ansiosos, agitados, isolarem-se e até fazer xixi na cama, passam por dar-lhes muito amor e atenção, apoio e doses extra de carinho. Em situações que gerem alarme, as crianças devem estar muito próximas das suas figuras de referência o maior tempo possível e manterem as suas rotinas. Em caso de isolamento forçado deve ser possível arranjar novas rotinas, privilegiando o tempo para brincar e relaxar sem olhar muito para as notícias e - super importante - de uma forma tranquilizadora e com linguagem adequada deve explicar-se às crianças o que se passa e o que se poderá passar no futuro pois a informação dá-nos a todos segurança e aos pequeninos mais ainda.
E vamos esperar atentos que a tempestade nos passe ao largo.